A operação de guindastes articulados — também conhecidos como caminhões munck — é fundamental em portos, canteiros de obras e na indústria pesada. Porém, sem práticas de segurança bem definidas, o risco de acidentes graves aumenta significativamente. Neste artigo, apresentamos cinco dicas testadas e aprovadas para tornar suas operações mais seguras e eficientes.
Treinamento e certificação continuados
Antes de tudo, todo operador deve possuir certificação NR‑11 atualizada e participar de reciclagens periódicas. O operador deve sempre buscar capacitação. Nunca opere um equipamento que gere dúvidas ou cujo funcionamento você desconheça. Peça ajuda, isso não mata e não é vergonha para ninguém. Vergonha é causar um acidente, danificar o equipamento ou gerar prejuízo por falta de informação ou desleixo. “Ninguém é tão sábio que não possa aprender e nem tão burro que não possa ensinar.”
Checklist e documentação impecáveis
Realize diariamente um checklist detalhado, cobrindo itens como estado dos cabos, ganchos, patolas, desgaste dos pneus e nível de óleo hidráulico. Além do checklist, todos os documentos obrigatórios exigidos pela área devem ser analisados e preenchidos corretamente. Atenção especial às APRs, que são análises que devem ser feitas antes de começar a operação. Em alguns locais, o não cumprimento dessa regra de ouro pode gerar expulsão permanente da área.
Avaliação do ambiente de trabalho
Antes de iniciar a operação, avalie o terreno (inclinação, compactação), identifique obstáculos aéreos (fios de alta tensão, pontes) e subterrâneos (tubulações). Sempre visualize por onde a carga vai passar e como posicionar o equipamento. Em alguns guindastes articulados, a base de giro fica deslocada para um lado, sendo esse o melhor lado para trabalhar com peso. Isso é explicado em nosso ebook “Operador de guindastes articulado: o guia definitivo – o que os cursos não ensinam”.
Uso rigoroso de EPIs, isolamento e sinalização da área
O operador e, se for o caso, o auxiliar (rigger) devem garantir todos os EPIs necessários conforme exigido pela área de trabalho: capacete com jugular e abafador, luvas de vaqueta ou raspa, óculos anti-impacto, botas com biqueira de composite, colete refletivo e, quando aplicável, apito, máscara de poeira ou roupas específicas (por exemplo, anti-chamas em siderúrgicas). O isolamento deve ser feito de forma a não permitir que desatentos ou desavisados entrem no raio da carga. Verifique se o equipamento e o entorno possuem faixas refletivas, cones, pedestais, cercas e o que mais for necessário para sinalizar e bloquear a área.
Organização da carroceria e do material de içamento
Mantenha a carroceria limpa e organizada, estocando ganchos, cintas, cabos e acessórios de forma acessível e segura. Separe os materiais por tipo e capacidade de carga, etiquetando cada item para facilitar a checagem antes da operação. Um bom sistema de arrumação evita buscas demoradas e reduz o risco de usar equipamentos inadequados.
Seguir essas cinco práticas aumenta a segurança, prolonga a vida útil do equipamento e contribui para a produtividade. Pequenos ajustes no dia a dia podem evitar acidentes e reduzir custos com reparos emergenciais.
FAQ
1. Qual a frequência mínima para reciclagem de operadores? A reciclagem é de dois em dois anos, mas pode variar conforme a empresa onde você trabalha; cada organização possui seu procedimento interno, e o operador deve obedecê-lo.
2. Posso usar EPIs compartilhados? Não. O operador e, se for o caso, o auxiliar (rigger) devem garantir que tenham todos os EPIs necessários e exigidos pela área em que vão trabalhar – luvas, óculos, capacete, abafador, máscara, botina etc.
3. Como registrar o checklist se não tenho internet no local? Utilize formulários impressos padronizados (APR, PTE, checklist) e transfira os dados para o sistema assim que possível. Esses documentos são fundamentais e não podem deixar de ser preenchidos.